domingo, 5 de agosto de 2012

PAIS LÚDICOS OU PAIS BRINCANTES


PAIS LÚDICOS OU PAIS BRINCANTES


O brincar é sem duvida um meio pelo qual os seres humanos e os animais exploram uma variedade de experiências em diferentes situações, para diversos propósitos. O brincar, apesar de toda a sua importância na vida das pessoas, sejam estas grandes ou pequeninas, ainda não conseguiu galgar seu tão merecido espaço na “lista das coisas importantes”, porém cada vez mais percebemos palavras, conceitos e atitudes que antes eram tão distantes da realidade, cada vez mais presentes na rotina das famílias.

Apesar disso, esta ainda não é uma realidade comum a toda a população, além de questões econômicas, sociais e culturais devemos pensar como pais se nossa atuação diária está adequada aos nossos anseios de nos tornarmos “pais lúdicos” respondendo: qual é a verdadeira valorização que dou ao brincar do meu filho? Será que o brincar só vem como recompensa depois de um “trabalho” bem feito? Ou percebo o brincar como uma atividade barulhenta, desorganizada e desnecessária? Qual é o tempo que dedico para brincar com meu filho? Quanto invisto na escolha ou elaboração de materiais lúdicos adequados?

Estamos sempre interagindo com outras pessoas e o nosso processo de socialização se inicia em nossa família, nosso primeiro grupo social, onde se estrutura o caráter do indivíduo. Este relacionamento afetivo entre adultos e criança, instruem às crianças sobre os comportamentos considerados adequados ou não pelo grupo social em que vivem. A criança por sua vez, irá assimilar ou não essas normas, dependendo do significado emocional que o adulto atribuir a cada comportamento que ela emitir.

Levando em conta a grande importância intelectual, físico e emocional que o brincar tem na vida da humanidade é que propomos algumas dicas de como valorizar o brincar do seu filho de maneira fácil e sem grandes investimentos. Antes disso, apresentaremos as principais características das faixas etárias definidas por Piaget:

  • 0 a 2 anos (estagio sensório motor) – nesta fase o principal desenvolvimento é motor e perceptivo, de si e do ambiente. As atividades repetitivas dão grande prazer, desmontar objetos, imitar, cobrir e descobrir, achar e esconder e jogá-los no chão para descobrir os sons são suas principais brincadeiras. Percebe o mundo pela boca, por isso leva a boca todos os objetos que encontra. Seu nível de atenção é baixo e possui uma inteligência prática (puxar a toalha para alcançar o pacote de biscoitos).
  • 2 a 6 anos (estágio pré-operatório) – a fantasia predomina sobre o raciocínio lógico e confunde-se com a realidade, brinca de faz-de-conta e já consegue relatar situações passadas. Age sem planejar a ação e demonstra medo de situações que não vivenciou, esta é a fase da inteligência simbólica, sendo difícil a integração em grupo, a divisão de objetos e emoções, esperar sua vez.
  • CUIDADOS/ATENÇÃO: a sensação de insegurança pelo não atendimento das necessidades básicas da criança nessa fase, as quais dependem inteiramente dos adultos, poderá causar dificuldades para se relacionar com outras pessoas no futuro, tornando-a hostil e fria ou com grande dependência em relação aos outros. O excesso ou escassez de limites pode dificultar seu auto-controle no futuro, tornando-a insegura, agressiva ou envergonhada. É por meio deste estágio que será possível compreender as regras e leis que dão origem a organização social. Outra situação que devemos nos atentar nesta fase é a não punição das manifestações da curiosidade sexual, pois esta atitude pode causar sentimento de culpa, o que influenciará a ética pessoal e a moralidade.

  • 7 a 11 anos (estagio operatório-concreto) – o crescimento nesta fase está ligado à alimentação e à qualidade de vida que a criança possui, a estimulação ambiental será um fator importante para o pleno desenvolvimento de suas capacidades. É a partir desta idade que a criança adquiri a inteligência conceitual, conseguindo planejar suas ações antes de executá-las, descreve verbalmente seu raciocínio. Aprende a classificar, ordenar e quantificar objetos, e a compreender as regras dos jogos. Sua linguagem é coerente e introsa-se melhor em grupo. Nesta fase começa a reprimir naturalmente sua curiosidade sexual e investe sua energia psíquica nos processos de aprendizagem, sente necessidade de desenvolver suas habilidades e já projeta como desempenhará seu papel na sociedade. Neste período a criança começa a compreender os companheiros e utiliza o diálogo (sempre que possível) para solucionar seus problemas, elabora combinados em conjunto antes das brincadeiras e segue rigorosamente tais regras. Inicia-se também a avaliação das intenções das pessoas e dos danos que possa ter causado aos demais, as punições pelo comportamento inadequado podem ocorrer por meio do “castigo divino” e de indisposições físicas.
  • CUIDADOS/ATENÇÃO: Como é nesse período que a criança inicia a compreensão da expectativa dos outros sobre ela, procura atendê-las da melhor maneira possível, tudo o que a criança faz neste período é sentir-se “produtiva”, capaz, temendo a inferioridade. A competência (intelectual, social) é entendida como um pré-requisito para a maturidade.

Com essa pequena apresentação das características das crianças, poderemos pensar de maneira mais ajustada nas dicas a seguir:

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