terça-feira, 13 de novembro de 2012

O tempo e o modo


Ex-E.T.


Profissionais do brincar


Hoje temos cada vez mais livros, empresas e profissionais especializados no brincar, não hesite em procurá-los, pois algo que pode parecer muito difícil para você achar uma solução eles podem ter “na ponta da língua” algo fácil para contornar sua situação. A segunda orientação é que como pais, devemos ser estimuladores  e não ditadores, oferecermos possibilidades, mas não devemos, ao menos com as brincadeiras decidir a melhor forma de se apropriar de tal, deixe fruir a criatividade de seu filho, pois o jogo pode sempre resultar em divertimento, descanso ou desenvolvimento, podendo estes três aspectos interagirem em uma única atividade.

CRIANÇA JÁ NASCE PRONTA


Criança é criança, não é um vir-à-ser nada! Cuidado com as expectativas criadas em relação aos filhos, cuidado para não “adultescê-los” rápido demais. Trabalho de criança é brincar, e é nesse brincar que ela encontra toda a informação necessária para ler, interpretar e interagir com o mundo a sua volta, sem “neuras” de elaborar uma “agenda executiva” para seu filho, cheia de compromissos com os quais ele é obrigado a se envolver e não necessariamente se dedicar.
SUGESTÃO DE ATIVIDADES: mantenha o nível de atividades da família sob controle e garante que todos tenham momentos para descansar, refletir e ficar juntos, programe dias em família e individuais “light”, sem programação cronometrada, sem tecnologia que possa roubar a atenção de si ou do grupo familiar, como televisão, celular, computadores e vídeo-game. É importante deixar a criança em paz, tranqüila quando chega da escola ou creche, sem preencher o seu dia com mais atividades programadas e, portanto obrigatórias.

VOCÊ TAMBÉM FOI CRIANÇA


Lembre-se da sua infância, ela pode ser um grande estímulo à diversão em família!!! As crianças sempre têm curiosidade em conhecer as crianças que seus pais foram, além de contar as histórias de sua infância, o que deixará seus filhos maravilhados, pois pode ter certeza, eles criaram todo o cenário, perceberam os cheiros, cores, sensações e tudo mais que contarem, ficarão muito felizes de conviver com a sua criança. Ou seja, convide seus filhos a brincarem das suas brincadeiras de infância na infância deles, será surpreendente para você e para seus filhos, afinal de contas, no ditado popular, temos ainda uma criança dentro de nós e esta também precisa brincar...
SUGESTÃO DE ATIVIDADES: contar histórias, passear em locais da infância dos pais, brinquedos antigos (que não são massificados), brincadeiras tradicionais, brincadeiras de roda, etc. O importante aqui é a interação adulto-criança, além de comprar o brinquedo, brinque com seu filho e com o brinquedo, se possível, deixando de lado comparações e deboche.

DE IGUAL PARA IGUAL


Quando nos propomos a brincar com crianças, vamos logo construindo em nossa mente qual será o tom mais agudo e doce de nossa voz, elaboramos frases no diminutivo e pensamos o quanto vamos nos curvar ou rastejar pelo chão para nos aproximarmos realmente delas. Mas tomar tais atitudes não são em nada estimulantes ao desenvolvimento das crianças, chega até ser uma ofensa, pois elas sabem diferenciar, sem grandes conceituações, um adulto de uma criança!!! Assim sendo, ao brincar com seu filho SEMPRE dirija-se a ele em tom de voz normal, chame as coisas pelo seu devido nome, cachorro é cachorro e não “au-au”, e sempre que não fizer parte da brincadeira proste-se eretamente a ele, caso faça parte da brincadeira rolar, se arrastar, encurvar-se, vá fundo e divirta-se com seu filho!!!
SUGESTÃO DE ATITIVADADES: jogos de tabuleiro, atividades físico-esportivas, contação de histórias, adivinhas, faz-de-conta e imitações, construção de brinquedos, jogos de cartas, jogos de mesa, etc. vale ser reforçado que a maioria destas brincadeiras são competitivas, assim sendo, não leve a competição mais a sério do que a diversão do seu filho e nem subestime suas capacidades e habilidades.

ANSIEDADE DESNECESSÁRIA


“Slow parenting”, este novo conceito apresenta a possibilidade de “saborear a vida com os filhos aos invés de transformá-la em uma corrida”. Pense comigo, quantos anos há mais já viveu que seus filhos? Quantas diferentes experiências já teve na vida? Se sua resposta foi “muitas” ou algo parecido, dê a chance de seus filhos te alcançarem, permita que eles descubram o mundo a maneira deles, permita que eles encontrem as respostas, permita a eles o prazer da descoberta!!! Quando se é ou está muito ansioso, toma sempre a frente de todas as situações, impossibilitando seu filho de um desenvolvimento amplo, já que experimentar o erro, a falha, a perda, o fracasso é importante na formação da cidadania e da auto-estima, e nem sempre se estará presente para privá-lo das dores naturais da vida.
SUGESTÃO DE ATIVADADES: ofereça materiais e espere para ver o que seu filho irá criar; quando questionado inverta a indagação para que ele tente encontrar a resposta; quando ele apresentar, num primeiro momento uma reação inesperada, aguarde a próxima ação antes de chamar sua atenção ou sugerir que faça de outra forma, com isso podemos nos surpreender com o raciocínio e atuação das crianças; aguarde ser convidado para brincar com seu filho, é importante que ele brinque sozinho e também se relacione com terceiros, principalmente de mesma faixa etária. Aqui as melhores atividades são as livres, as quais a criança pode se apropriar da maneira que julgar adequada, para isso não sugerimos algum material especifico, qualquer pedaço de pau pode virar boneco, avião, colher, varinha mágica, luneta, entre outros e um lençol uma barraca, uma capa, uma cama, enfim, o que a imaginação permitir.

SEGURANÇA SIM, SUPERPROTEÇÃO NÃO !


“Joelheiras, cotoveleiras, capacete, caneleira... tudo certo? Agora sim, vamos pedalar!!!”. Claro que devemos pensar na segurança de nossos filhos, mas não deixar ele testar seus limites na infância, o tornará inseguro mais pra frente, não deixar ele cair na infância, fará com que ele caia muito mais quando maior, não permitir que ele corra, suba e desça, tornará seus músculos frágeis no futuro... se queremos o melhor de fato para as crianças no futuro, deixemos as quedas para a infância, onde o aprendizado, a resignificação e a desconstrução de conceitos são mais flexíveis assim como seu corpo.
SUGESTÃO DE ATITIVADADES: explore diferentes ambientes, objetos e relações; crie algumas dificuldades gradativas (ponha mais alto, esconda, dê uma bicicleta, tire as rodinhas, etc); permita a visita a casa de amigos e passeios sem a família.

Menos é mais


Quanto menor for seu filho, menor pode ser seu investimento com seus brinquedos, aproveite todo o interesse dele pela descoberta do mundo e das coisas que nele existe e também sua criatividade para disponibilizar de brinquedos muitas vezes criados por você mesmo ou em conjunto coma criança. Nesta fase, os pais principalmente os de primeira viagem, querem comprar todas as coisas que vêem pela frente ou ouvem ser interessante, mas, normalmente, quanto mais industrializado for o brinquedo, mais priva a criança da auto-descoberta, ou seja, seu desenvolvimento nos primeiros anos de vida fica deficitário, já que passa a brincar passivamente com brinquedos que “brincam sozinhos”, fazem barulho, brilham, andam, etc, deixando a criança como mero espectador e não atuante no brincar. Nos primeiros anos de vida do seu filho disponha de materiais, em casa ou quando sair, que estimulem a descoberta do próprio corpo, analisando sempre, anteriormente, todas as possíveis utilizações que seu filho fará deste, para que sua segurança seja garantida.
SUGESTÃO DE ATITIVADADES: desenho livre (utilize lápis, canetinhas ou tinta não-tóxica, e não sugira nada), instrumentos musicais (pode ser criado pelos pais algo que simplesmente produza som), esconde-esconde, pedaços de retalhos, pecinhas de madeira ou EVA coloridas, monta-desmonta, chacoalhos, encaixes, coisas para puxar e empurrar, orientação espacial (frenteXatrás, em cimaXembaixo, dentroXfora), nomear as partes do corpo, percepção do corpo e sentidos, caminhada livre, bola, deitar e rolar, espelho, brinquedos para o banho etc. Deve ser lembrado que todos os brinquedos para as crianças menores devem ser GRANDES já que levam tudo a boca, outra atenção é perceber que se algum brinquedo pode trazer algum risco, somente permita que a criança brinque quando tiver a supervisão de alguém.

domingo, 5 de agosto de 2012

PAIS LÚDICOS OU PAIS BRINCANTES


PAIS LÚDICOS OU PAIS BRINCANTES


O brincar é sem duvida um meio pelo qual os seres humanos e os animais exploram uma variedade de experiências em diferentes situações, para diversos propósitos. O brincar, apesar de toda a sua importância na vida das pessoas, sejam estas grandes ou pequeninas, ainda não conseguiu galgar seu tão merecido espaço na “lista das coisas importantes”, porém cada vez mais percebemos palavras, conceitos e atitudes que antes eram tão distantes da realidade, cada vez mais presentes na rotina das famílias.

Apesar disso, esta ainda não é uma realidade comum a toda a população, além de questões econômicas, sociais e culturais devemos pensar como pais se nossa atuação diária está adequada aos nossos anseios de nos tornarmos “pais lúdicos” respondendo: qual é a verdadeira valorização que dou ao brincar do meu filho? Será que o brincar só vem como recompensa depois de um “trabalho” bem feito? Ou percebo o brincar como uma atividade barulhenta, desorganizada e desnecessária? Qual é o tempo que dedico para brincar com meu filho? Quanto invisto na escolha ou elaboração de materiais lúdicos adequados?

Estamos sempre interagindo com outras pessoas e o nosso processo de socialização se inicia em nossa família, nosso primeiro grupo social, onde se estrutura o caráter do indivíduo. Este relacionamento afetivo entre adultos e criança, instruem às crianças sobre os comportamentos considerados adequados ou não pelo grupo social em que vivem. A criança por sua vez, irá assimilar ou não essas normas, dependendo do significado emocional que o adulto atribuir a cada comportamento que ela emitir.

Levando em conta a grande importância intelectual, físico e emocional que o brincar tem na vida da humanidade é que propomos algumas dicas de como valorizar o brincar do seu filho de maneira fácil e sem grandes investimentos. Antes disso, apresentaremos as principais características das faixas etárias definidas por Piaget:

  • 0 a 2 anos (estagio sensório motor) – nesta fase o principal desenvolvimento é motor e perceptivo, de si e do ambiente. As atividades repetitivas dão grande prazer, desmontar objetos, imitar, cobrir e descobrir, achar e esconder e jogá-los no chão para descobrir os sons são suas principais brincadeiras. Percebe o mundo pela boca, por isso leva a boca todos os objetos que encontra. Seu nível de atenção é baixo e possui uma inteligência prática (puxar a toalha para alcançar o pacote de biscoitos).
  • 2 a 6 anos (estágio pré-operatório) – a fantasia predomina sobre o raciocínio lógico e confunde-se com a realidade, brinca de faz-de-conta e já consegue relatar situações passadas. Age sem planejar a ação e demonstra medo de situações que não vivenciou, esta é a fase da inteligência simbólica, sendo difícil a integração em grupo, a divisão de objetos e emoções, esperar sua vez.
  • CUIDADOS/ATENÇÃO: a sensação de insegurança pelo não atendimento das necessidades básicas da criança nessa fase, as quais dependem inteiramente dos adultos, poderá causar dificuldades para se relacionar com outras pessoas no futuro, tornando-a hostil e fria ou com grande dependência em relação aos outros. O excesso ou escassez de limites pode dificultar seu auto-controle no futuro, tornando-a insegura, agressiva ou envergonhada. É por meio deste estágio que será possível compreender as regras e leis que dão origem a organização social. Outra situação que devemos nos atentar nesta fase é a não punição das manifestações da curiosidade sexual, pois esta atitude pode causar sentimento de culpa, o que influenciará a ética pessoal e a moralidade.

  • 7 a 11 anos (estagio operatório-concreto) – o crescimento nesta fase está ligado à alimentação e à qualidade de vida que a criança possui, a estimulação ambiental será um fator importante para o pleno desenvolvimento de suas capacidades. É a partir desta idade que a criança adquiri a inteligência conceitual, conseguindo planejar suas ações antes de executá-las, descreve verbalmente seu raciocínio. Aprende a classificar, ordenar e quantificar objetos, e a compreender as regras dos jogos. Sua linguagem é coerente e introsa-se melhor em grupo. Nesta fase começa a reprimir naturalmente sua curiosidade sexual e investe sua energia psíquica nos processos de aprendizagem, sente necessidade de desenvolver suas habilidades e já projeta como desempenhará seu papel na sociedade. Neste período a criança começa a compreender os companheiros e utiliza o diálogo (sempre que possível) para solucionar seus problemas, elabora combinados em conjunto antes das brincadeiras e segue rigorosamente tais regras. Inicia-se também a avaliação das intenções das pessoas e dos danos que possa ter causado aos demais, as punições pelo comportamento inadequado podem ocorrer por meio do “castigo divino” e de indisposições físicas.
  • CUIDADOS/ATENÇÃO: Como é nesse período que a criança inicia a compreensão da expectativa dos outros sobre ela, procura atendê-las da melhor maneira possível, tudo o que a criança faz neste período é sentir-se “produtiva”, capaz, temendo a inferioridade. A competência (intelectual, social) é entendida como um pré-requisito para a maturidade.

Com essa pequena apresentação das características das crianças, poderemos pensar de maneira mais ajustada nas dicas a seguir: